É importante interrogar a literatura que hoje se escreve, e, particularmente, a narrativa, a partir da sua capacidade de desmontar a realidade e as contingências a que nos força como uma inversão do mundo em que o homem é capaz de representar o que sente e pensa.
Temos tanta dificuldade em ser fantásticos, terríveis ou mesmo absurdamente discretos, viver nos limites de um segredo espantoso. Que difícil é, hoje, mesmo para os inventores de razões inordinárias, de mentiras sumptuosas, contrariarmos a nossa natureza, irmos ao fundo de um pressentimento que nos desloca das coordenadas mais vulgares, desses fundos falsos que cremos ser as fronteiras da realidade.
Seja como for, é necessário primeiro extirpar todo o convencionalismo da ideia que fazemos do fantástico, e desde logo essa facilidade de vê-lo sempre como um território assombrado pelos efeitos do sobrenatural.
Mas se, hoje, pelo contrário, se pretende tratar como ficções hipóteses que, em lugar de hipóteses que tratem desta inversão das coisas, apenas nos afundam mais ainda nesses horizontes contingentes, nesse regime ilusório e na sua fachada impositiva, estamos ainda a ser dilacerados pela extensão da realidade como máquina absurda para o interior da imaginação.
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