A ministra da Saúde, Marta Temido, foi avisada na sexta-feira de que o momento mais crítico da pandemia e da história do Serviço Nacional de Saúde vai chegar nos próximos dias. Numa carta enviada pela Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva para a covid-19 , os especialistas fazem um prognóstico negro e dizem claramente ao Governo que errou no remédio: a ajuda internacional.
“Provavelmente, nenhum outro momento ulterior será pior do que aquilo que o país e a medicina intensiva vão enfrentar nas duas semanas centrais do próximo mês de fevereiro. Será difícil evitar o cenário de verdadeira medicina de catástrofe”, garantem.
“Precisamos de abrir mais de 200 camas para doentes críticos em hospitais de todo o país, em todos os que têm cuidados intensivos — de fora ficam apenas os Institutos de Oncologia, a Maternidade Alfredo da Costa, os hospitais psiquiátricos, o Instituto Gama Pinto de Oftalmologia e os hospitais da Figueira da Foz, de Cantanhede, do Médio Ave ou do Oeste”, afirma João Gouveia, membro da CARNMI e presidente da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos.