Maryse Condé. O idioma insubmisso de uma negra ‘canibal’

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1934-2024. Morreu aos 90 anos de uma espécie de maldição familiar

Longe de África e da sua ilha natal – Guadalupe, nas Antilhas Francesas –, foi no sul de França que Maryse Condé disse ter encontrado enfim «um certo repouso», isto depois de uma vida em que empreendeu uma viagem incessante, numa espécie de lenta metamorfose que ia absorvendo os conturbados carateres do mundo ao seu redor, e que a levou entre três continentes, entre o empenho no ensino e na escrita, em combates políticos e grandes deceções,...

Esta passagem surge-nos no primeiro dos seus livros que teve edição no nosso país, em 2022, com a chancela da Maldoror, Eu, Tituba, Bruxa… Negra de Salem, uma obra publicada originalmente em 1986, relatando a história de uma mulher negra, escrava, condenada no célebre julgamento das bruxas de Salem, de 1692.

A literatura, as leituras que se fazem a partir deste prisma, depressa assumem aquela urgência de quem se empenha em sobreviver a formas de clausura e repressão, e sendo a mais nova de oito filhos de uma família de ‘super negros’, aquela burguesia negra de Pointe-à-Pitre, em Guadalupe, que, ao emular a cultura branca, ostentava a sua pertença e superioridade. «Os meus pais eram vítimas das conceções e preconceitos coloniais.

Em 1958, casou-se com o ator guineense Mamadou Condé, e deu início a um périplo de 12 anos por vários países da África Ocidental — Costa do Marfim, Guiné, Gana, Senegal —, onde deu aulas de francês e trabalhou como tradutora. A sua passagem por estes países aconteceu num período de grande turbulência política, e teve oportunidade de privar com figuras como Agostinho Neto, Amílcar Cabral, Malcolm X e Ernesto Che Guevara.

Maryse Condé morreu aos 90 anos, vítima de uma doença neurodegenerativa, que ceifou boa parte da sua família, e que há anos vinha afetando as suas capacidades, tendo-a deixado cega e depois surda, e impedindo-a até de segurar objetos na mão. Chamava-lhe «síndrome de Boucolon» .

 

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