Que papel têm as sondagens? Podem informar e ajudar a tomar decisões, mas não falta quem as acuse de manipulação. Nos barómetros que anteveem as eleições, os indecisos “são muitos” e podem decidir uma eleição “para um lado ou para o outro”. Luís Aguiar-Conraria, da Universidade do Minho, explica à Renascença porque é que a incerteza é essencial à democracia, mesmo que “as sondagens falhem” muitas vezes.
As sondagens podem servir hoje não só para revelar tendências, mas também para ajustar as decisões de quem ainda não decidiu em quem votar? Nas últimas legislativas, a maioria das sondagens falhou em prever a maioria absoluta do PS. Qual diria que foi a razão para essa discrepância entre as projeções e o resultado final?
Já agora, isso é uma coisa interessante. Muitas vezes fala-se das sondagens, quando a sondagem põe um determinado partido à frente e os outros partidos acusam aquela sondagem de estar a manipular, de estar comprada... Isso, muitas vezes, é um disparate. Uma coisa é dizer que elas influenciam, outra coisa é acharmos que sabemos como é que vai ser essa influência.
Que outros elementos permitem avaliar a qualidade de uma sondagem? Se ficam ou não mais próximas da realidade... Mas isto é muito difícil de resolver. Por exemplo, pode-se pensar que o melhor é ir para a rua entrevistar as pessoas. Mas, se vamos simplesmente para a rua, se calhar aumentamos a probabilidade de apanhar pessoas desempregadas e pessoas reformadas, pessoas que não estão a trabalhar. Não estou a dizer que quem está na rua não está a trabalhar, mas a percentagem se calhar é maior.
O que nós fazemos é juntar todas as sondagens. E isso dá-nos logo o equivalente a fazer uma sondagem com uma amostra muito maior. Sabemos que as crianças não votam, mas como explicaria a uma criança como funciona o filtro de Kalman?Nós temos uma realidade, que é o sítio onde estamos, a nossa localização, que no caso das sondagens é “qual é a verdadeira tendência de voto?”. Isso é a realidade. Mas não conhecemos a realidade, apenas observamos um sinal - o sinal de GPS – que, no nosso caso eleitoral, são as sondagens.
Quando há apenas uma sondagem que é muito diferente das outras, não lhe dá grande peso. A partir do momento em que há mais do que uma, em que há ali uma consistência, então o valor que é previsto pela nossa técnica começa a ajustar-se rapidamente.
Portugal Últimas Notícias, Portugal Manchetes
Similar News:Você também pode ler notícias semelhantes a esta que coletamos de outras fontes de notícias.
Fonte: Renascenca - 🏆 5. / 83 Consulte Mais informação »
Fonte: Renascenca - 🏆 5. / 83 Consulte Mais informação »
Fonte: Renascenca - 🏆 5. / 83 Consulte Mais informação »
Fonte: Renascenca - 🏆 5. / 83 Consulte Mais informação »
Fonte: Renascenca - 🏆 5. / 83 Consulte Mais informação »
Fonte: Renascenca - 🏆 5. / 83 Consulte Mais informação »