Q uem escrutinasse a minha biblioteca há dois anos ou três anos encontraria vários livros com papelinhos a despontar entre as páginas.
Até que encontrei numa papelaria antiquada um pequeno arquivador de plástico, uma pasta preta com divisórias e etiquetas. E os papelinhos saltaram para aí. Quando deixaram de caber no arquivador, distribuí-os por envelopes devidamente identificados. ‘Chernobyl’; ‘Fryderik Chopin’; ‘Napoleão’; ‘A vida quotidiana no Antigo Egipto’. Atualmente guardo-os numa caixa de bolos comprida, que originalmente trazia um duchesse de grandes dimensões.
Mas há um problema: estas anotações obsessivas roubam-me tempo precioso de leitura. Há dias fiz as contas: cada página A5 bem preenchida leva-me cerca de meia hora. Será que posso dar-me ao luxo de perder tantas horas nesta atividade de monge copista? Não é raro sentir que estou metido numa espécie de prisão da qual não consigo libertar-me.
Durante anos foi assim. Só que, à medida que o interesse pela literatura se aprofundava, essa atitude passiva foi dando lugar a uma leitura mais inquisitiva. Esporadicamente comecei a assinalar passagens que achava especialmente bem escritas, a fazer pequenos índices, a sublinhar frases ou parágrafos interessantes, a corrigir pequenos erros tipográficos.
Portugal Últimas Notícias, Portugal Manchetes
Similar News:Você também pode ler notícias semelhantes a esta que coletamos de outras fontes de notícias.
Fonte: SICNoticias - 🏆 2. / 90 Consulte Mais informação »
Fonte: ojeconomico - 🏆 11. / 67 Consulte Mais informação »
Fonte: Publico - 🏆 7. / 73 Consulte Mais informação »
Fonte: ojeconomico - 🏆 11. / 67 Consulte Mais informação »
Fonte: JornalNoticias - 🏆 25. / 51 Consulte Mais informação »
Fonte: Publico - 🏆 7. / 73 Consulte Mais informação »