A biografia de Abel Chivukuvuku, um político"sem papas na língua", deve encorajar mais testemunhos sobre Angola e outras versões dos acontecimentos num país que teve durante muitos anos apenas uma única verdade, espera o escritor José Eduardo Agualusa
“Agradou-me trabalhar com uma pessoa como o Abel que, sendo um político, não tem papas na língua, é muito direto, não esconde nada, facilita muito o trabalho do biógrafo”, contou o escritor, em entrevista à Lusa.
“Eu conversei com a pessoa que estava a liderar o grupo que matou alguns desses dirigentes e que quase matou o Abel e tenho as duas versões desse acontecimento”, referiu o escritor, dizendo que até pequenos pormenores, como o facto de ser de noite ou de dia, divergem consoante as fontes.
A biografia torna-se também apelativa pela própria personalidade do político, de 65 anos, que depois de deixar a UNITA liderou a coligação CASA-CE e luta agora pela legalização do seu novo projeto político PRA-JA Servir Angola. “A maneira como os jovens olham hoje para pessoas como o Abel Chivukuvuku é muito diferente do que era há 20 ou 30 anos”, disse à Lusa.
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