Cidade que ‘adotou’ cadáveres despejados em rio precisa se despedir de seus mortos

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Puerto Berrío é como o microcosmo do desaparecimento na Colômbia. Moradores retiram do rio os corpos dos assassinados no conflito armado, dão novos nomes, enterram e rezam por milagres. Agora, precisam devolver os corpos para que sejam identificados.

O antropólogo bate na lápide com o cinzel e seu corpo sua. Um, dois, três golpes suaves até que a mulher o interrompe:María ‘Nina’ Barrera está sentada em uma cadeira de plástico branco em frente ao túmulo no cemitério de Puerto Berrío, uma cidade agitada de 51.000 habitantes no nordeste da. Olha resignada a exumação dos restos mortais de uma pessoa que não conheceu, mas, ainda assim, considera “seu morto”.

Em voz baixa, alguns moradores admitem que há resistência. Temem que a cidade deixe de ser “mundialmente conhecida” ou que essas almas não façam mais milagres por elas. Os favores que os NN fazem —as pessoas os relatam em todas as esquinas de Puerto Berrío— vão de um emprego, uma casa, o fim de um vício em drogas até a morte dos assassinos de um parente.

Lápide após lápide, seja em inscrições a mão, com tinta, ou feita em mármore, cada uma revela uma história: a de uma pessoa que acolheu um desaparecido e a de uma cidade que viu muita morte passar. Puerto Berrío está localizada no Magdalena Médio, a 335 quilômetros de Bogotá, e durante anos testemunhou a guerra entre guerrilheiros e grupos paramilitares.

A maioria dos corpos exumados são encontrados com sinais de violência, impactos de projéteis ou, neste caso, amarrados com uma corda pelos pés.— Aqui o trabalho nunca é perdido — diz Carol Paola Chavarro, outra legista da equipe, sem perder de vista os ossos. O que se vive em Puerto Berrío é um luto múltiplo. É o que sabem dois funcionários da Unidade que recebem os adotantes e os familiares que queiram dar o seu depoimento. Sentam-se com eles em um banco comprido de igreja tentando fugir do sol e os escutam. Como os legistas com os ossos, eles também tentam reconstituir o que aconteceu lá com os NN, para unir a história.

 

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