Ela é uma menina trans. Tem 15 anos e mora com a mãe em um bairro de classe média de Belo Horizonte. Como muitas adolescentes, vai a pé para a escola, gosta de rock e, na pandemia, deixou o cabelo crescer.
"Quando vi o vídeo, mexeu muito comigo. Ele disse que a minha filha era um possível estuprador, um homem que tem pinto. Eu ia comentar, defendendo, cheguei a começar a digitar, mas desisti", afirma a mãe.
"O vídeo feito pela irmã do então vereador, que se sentiu constrangida, posteriormente foi divulgado nas redes sociais sem citar nomes ou mostrar rosto.
"Os pais questionaram a posição do colégio, dizendo que nós somos uma instituição católica, que não deveria permitir o uso do banheiro feminino. Isso nos trouxe muito transtorno", disse o diretor.. Outros queriam que a direção construísse um banheiro para uso exclusivo da única aluna trans da escola.
O promotor rastreou o homem que chamou a adolescente de"traveco" nos comentários do vídeo. Ele prestou depoimento, e a cena, registrada pelo MP, serve como prova da capacidade de mobilização do discurso de Nikolas.
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