Na contramão do imaginário popular, a Independência do Brasil não foi um acordo de cavalheiros, no qual todos aceitaram pacificamente a unificação do país numa só monarquia. Na esteira do Grito do Ipiranga, confrontos sangrentos ocorreram de norte a sul, incluindo um massacre de 254 pessoas no porão de um navio em 1823, em Belém do Pará, no episódio conhecido como Brigue Palhaço.
Os documentos estudados, frisa a pesquisadora, são pouco conhecidos e lançam luz sobre episódios obscuros do período entre 1822 e 1825, como o do Brigue Palhaço. Os historiadores mergulharam especialmente nos registros das séries “Interior”, “Guerra” e “Marinha” no acervo do Arquivo Nacional. A historiadora Magda Ricci, da Universidade Federal do Pará , enfatiza que o ambiente na província, nada simpático à Corte no Rio, contribuiu para a escalada de violência. Como o tempo de travessia oceânica entre Belém e Lisboa era de um mês, a depender do regime de ventos, enquanto a viagem ao Rio poderia levar três meses, a identidade com Lisboa, especialmente a comercial, era bem mais forte.
Após ordenar o fuzilamento de 17 cidadãos e permitir o massacre dos 254 presos no Diligente, o britânico conseguiu escapar impune. O Arquivo Nacional abriga a segunda devassa sobre o episódio, que só apurou o caso seis anos depois. O Brigue recebeu então a alcunha de Palhaço, pela onda de revolta que o episódio gerou.
Grupos de homens livres, pobres, negros libertos, pequenos proprietários e escravos, protagonizaram perseguições, ameaças, invasões, saques, apedrejamentos, espancamentos e até assassinatos de portugueses, sempre aos gritos de “morra o maroto”.
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