É tudo inverosímil quando se aborda a figura de São Vicente, que há 13 séculos tem lugar cativo na nossa narrativa histórica.
O santo inspiraria ainda uma “obra de enorme importância simbólica na cultura portuguesa e singular ‘retrato coletivo’ na história da pintura europeia”, como se lê no site do Museu Nacional de Arte Antiga . São os Painéis de São Vicente, seis pinturas atribuídas a Nuno Gonçalves, que as concluiu em 1470 e que “apresentam um agrupamento de 58 personagens em torno da dupla figuração” do diácono “mártir”.
“É quase impossível que [os restos mortais] sejam de São Vicente”, diz Paulo Almeida Fernandes, historiador do Museu de Lisboa “Neste capítulo, a crónica silencia por completo o rei, que é uma figura ausente nesta parte da narrativa”, assinala Paulo Almeida Fernandes. O escrito do cónego Estêvão, acrescenta, “diz-nos que as relíquias chegaram em segredo de noite”.
Os monges do Mosteiro de São Vicente de Fora, porém, não aceitaram tal solução, diz Paulo Almeida Fernandes. Por isso, organizaram nova expedição ao promontório sacro do Algarve e “descobriram mais algumas relíquias – um pedaço do crânio e partes do caixão de São Vicente, que são trazidos para Lisboa e guardados no seu mosteiro”.
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