O carnaval de Vezena, com as tradicionais máscaras, foi este domingo celebrado de forma muito diferente do habitual, sem multidões, devido às restrições que vigoram por causa da pandemia de covid-19. No ano passado, os festejos foram suspensos à última hora devido ao agravar do surto que começava em Itália.
“É totalmente surreal”, salientou à agência France Presse Chiara Ragazzon, frequentadora habitual do Carnaval de Veneza, que se aventurou a visitar Veneza com o marido ao deslocar-se da sua casa, localizada a 50 quilómetros. “O que mais me atinge é o silêncio. Normalmente ouve-se música e gente a divertir-se. Mas Veneza no nevoeiro ainda é um lugar mágico".
Entre as máscaras em exibição na Tragicomica, uma das lojas de máscaras tradicionais mais antigas de Veneza, há cerca de uma dúzia de bicos longos, usadas pelos"médicos da peste" que cuidavam dos doentes durante o surto no século XVII. Itália abrandou as restrições sanitárias associadas à covid-19 na segunda-feira, permitindo maior liberdade de circulação na maioria das regiões. Veneza está entre as áreas agora sob a categoria “amarela” de baixo risco - mas os residentes ainda não têm permissão para viajar para fora da região.
Perto da Praça de São Marcos, Hamid Seddighi, vestido com um macacão respingado de tinta, continuava a fazer máscaras de carnaval na sua loja, a Ca 'de Sol, que vende máscaras feitas de papel machê, renda e ferro, enfeitadas com cristais Swarovski. Mas as suas criações têm-se acumulado sem compradores e a pandemia fez com que receitas caíssem 70%, sobretudo devido à falta de turistas estrangeiros.