Marzena é uma pessoa modesta, mas atenta. Aprendeu muito ao longo dos anos. Sabe ver o progresso económico, como o seu país mudou desde a adesão. Mas também reconhece que a Polónia de hoje anda com o passo trocado em matéria de abertura das mentalidades e de cultura política.
O governo está em conflito com a União Europeia há vários anos, sobretudo por razões que têm que ver com a independência do sistema de justiça, que foi fortemente limitada pelo poder político. Esse conflito agravou-se recentemente com um acórdão do Tribunal Constitucional, que não reconhece o primado da lei europeia.
Tudo isto põe em risco o futuro do projeto comum. Os polacos querem continuar na UE - 90% dos cidadãos são a favor, incluindo 87% dos apoiantes do PiS. O próprio governo diz e repete que não se trata de preparar uma saída, um Polexit. Seria, segundo dizem, apenas uma afirmação de que a Europa assenta num conjunto de nações e não numa integração cada vez mais profunda.
A Comissão tem de ganhar esta batalha. O executivo europeu e as outras instituições não podem sair enfraquecidas de um debate deste tipo. Este é o momento de ouvir as vozes dos líderes a apoiar Ursula von der Leyen, sem ambiguidades nem mais demoras.
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