. Antes de o comentar, devo começar por fazer uma declaração justificada pela inoportuna, injusta e deselegante afirmação de PNS responsabilizando António Costa e companheiros de direção e de Governo de serem uma espécie de “abre latas” da extrema-direita em Portugal.
O PS é o que é porque liderou a seguir à Revolução de Abril uma luta muito dura que impediu a consagração de uma “ditadura do proletariado ou popular”. Nesse combate forjou-se como o partido da Liberdade, que, como disse Mário Soares, é o primeiro valor acima de todos os outros. A Constituição da República confere – e bem – aos partidos políticos um papel central de condução da vida política do país. Tanto a Assembleia da República, como o próprio Poder Local foram “desenhados” de forma a permitir uma afirmação dos partidos políticos de um modo muito impressivo, porventura porque durante quase 50 anos eles foram proibidos e perseguidos.
Os resultados dão razão à estratégia do PS e, pelos vistos, essa estratégia esteve em consonância com, pelo menos metade do eleitorado socialista, que a par do voto significativo em Marcelo, ainda se espalhou, não só por AG, mas também por João Ferreira e Marisa Matias. É um erro desvalorizar o que poderá pensar ou desejar o “nosso” eleitorado.
Porque a verdade é que as pessoas só se preocupam ou valorizam as ideologias depois de terem a sua vida estabilizada de um modo minimamente digno. Até lá estão muito ocupadas em procurar sobreviver.