Tancos. Azeredo Lopes diz que não teve tempo para avisar a PGR devido a um dos “Conselhos de Ministros mais dramáticos”

O ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes, um dos 23 arguidos no processo do furto e recuperação das armas do paiol de Tancos, disse esta terça-feira nas suas declarações finais no julgamento do Tribunal Judicial de Santarém, que decorre no Centro Nacional de Exposições, que está convicto de que agiu com"lealdade e lisura".

O ex-ministro salientou que essa informação lhe foi transmitida"a menos de 24 horas de um dos principais Conselhos de Ministros, dos mais dramáticos", na sequência da tragédia dos incêndios de Pedrógão Grande e dos fogos na Região Centro a 15 de outubro, numa reunião na qual se iria redefinir"uma questão importante para a Defesa Nacional" - a gestão dos meios aéreos de combate a incêndios para a Força...

"Sabemos que em meados de julho de 2017 estava tomada a decisão de romper com a PJM e que foi tomada a decisão de não comunicar ao Ministério da Defesa Nacional essa situação de corte ou de rutura", prosseguiu, observando que"a senhora procuradora-geral da República [à data Joana Marques Vidal] entendeu por bem não informar o MDN de que não ia iniciar um processo disciplinar" sobre a forma de recuperação das armas...

Já numa referência às alegações finais do seu advogado, Germano Marques da Silva, sobre a"judicialização e politização", Azeredo Lopes observou:"Infelizmente, fomos tendo, mesmo dentro deste Tribunal, exemplos de que eu gostaria que não tivessem existido", numa alusão a depoimentos.

Haverá alguém que acredite numa desculpa tão esfarrapada? Avisar a PGR não era urgente? Não tinha 30 segundos para fazer um telefonema? Temos mesmo que sermos comidos por parvos?

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