Não sei explicar-vos de que forma a partida da Maria João Abreu mexeu comigo. A verdade é que tenho a perfeita noção de que não sei lidar com a morte. Com exceção dos meus avós, só quando o meu Pai me deixou consegui ganhar outra noção de finitude e perspetiva do tempo, bem como do que com ele fazemos. A morte da João acicatou em mim a mesma revolta que senti quando terminei de ver o filme Variações.
"Que a João nos permita pensar que não gostaríamos que estes e tantos outros possam partir sem terem tido a oportunidade de viverem com a grandeza que têm, para darmos lugar a quem ainda muita sopa tem que comer. Bem sei que cobrarão menos e estarão dispostos a fazer mais. Naturalmente que certos nomes e carreiras não se constroem para que façamos o mesmo que fazíamos há dez anos por um terço das condições...não sei.