Nos últimos 12 meses, o número de pessoas a viver na rua passou de 394 para 491, segundos dados da Comunidade Vida e Paz. Há mais migrantes, mais jovens e mais pessoas com adição ao álcool e às drogas.José veio do Brasil para Portugal há quatro meses. Trabalha, mas dorme na Gare do Oriente. Foto:Miguel Marques Ribeiro/ RR
Sem dinheiro, acabou ao relento - primeiro, na zona do Bairro Alto e do Chiado, depois no Cais do Sodré. Pensou que passaria fome, mas rapidamente descobriu as carrinhas que distribuem comida aos desfavorecidos. O mais difícil - conta - é a madrugada. “Há muitos imigrantes e muitas discussões. Um dia, adormeci na grama e roubaram-me a bolsa, onde tinha o telemóvel. Foi aí que decidi ir para a Gare do Oriente, onde tem mais policiais”, conta o brasileiro.
Marisa Melo, coordenadora da Unidade de Emergência de Públicos Vulneráveis da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, uma das entidades que acompanha esta população, reconhece que atualmente “os centros de alojamento temporários estão quase sempre cheios”.
Tal como José, muitos dos que agora estão na rua são imigrantes, vindos de geografias tão distintas como a Argélia, o Brasil, o Bangladesh, o Nepal, ou o Paquistão. “Têm uma situação social e económica de grande fragilidade. Nem todos dominam o português, às vezes nem sequer o inglês”, explica o professor universitário José Lúcio. Alguns chegam a Portugal com promessas de emprego que nunca se concretizam.
Há uns meses, decidiu usar o dinheiro do Rendimento Social de Inserção para comprar uma tenda, que montou junto à Avenida Almirante Reis, uma zona da cidade onde existem dezenas de estruturas semelhantes a esta, usadas por pessoas em situação de sem-abrigo. Muitas são oferecidas por instituições, outras por particulares. “É bom por causa do frio e da chuva”, conta Francisco.
Com o objetivo de tirar estas pessoas da rua, associações como a Comunidade Vida e Paz percorrem todas as noites a cidade de Lisboa para acompanhar no terreno esta população. “A nossa abordagem procura ir ao encontro da pessoa, respeitando o seu espaço”, explica Ana Costa, da equipa técnica de rua. “Quando conhecemos alguém novo, procuramos perceber há quanto tempo dorme naquele sítio, o que é que lhe aconteceu.
Portugal Últimas Notícias, Portugal Manchetes
Similar News:Você também pode ler notícias semelhantes a esta que coletamos de outras fontes de notícias.
Fonte: Renascenca - 🏆 5. / 83 Consulte Mais informação »
Fonte: cmjornal - 🏆 26. / 51 Consulte Mais informação »
Fonte: Renascenca - 🏆 5. / 83 Consulte Mais informação »
Fonte: Renascenca - 🏆 5. / 83 Consulte Mais informação »
Fonte: Renascenca - 🏆 5. / 83 Consulte Mais informação »
Fonte: Renascenca - 🏆 5. / 83 Consulte Mais informação »