A noite já começou a cair e com ela o fresco que nos impele a ficar por perto das brasas enterradas na areia e sobre as quais a grelha de protecção de um esquecido frigorífico recebe os peixes que homens e mulheres, de garfo em punho, vão virando à vez. O ritual junta vários aldeões que parecem esquecer-se que ali estamos.
Estamos em Teichott, Mauritânia, aldeia piscatória do Banc d’Arguin, uma área protegida que atravessamos, o mais junto ao mar possível, por vezes até ao sabor das ondas e respeitando as vontades das marés, com uma autorização especial e escoltados por duas colunas militares que nos mantêm em segurança, mas também debaixo de olho.
O pó é responsável por algum mal-estar, mas também é graças a ele que vamos apresentando uma cor cada vez menos pálida, que de bronzeado pouco tem. Já os cabelos denunciam os banhos salgados desse dia, num mar com laivos verde-esmeralda cuja visão, depois de dias de pedra, areia e gravilha a perder de vista, permitiu a alguns recuperar ânimo.
Abandonamos os comerciantes da auto-estrada de mãos a abanar, mas já com mais traquejo para negócios futuros, a maioria a transpirar ilegalidade. Como um volume de tabaco por 15€ logo após a saída da fronteira de Marrocos ou a troca de uma tenda por dois volumes entre as fronteiras da Mauritânia e Senegal — uns metros à frente, o mesmo comerciante estaria a tentar conseguir uma tenda por apenas um volume.
As refeições vão chegando enquanto pela rua o movimento não abranda: carros velhos e desconjuntados, homens de crianças pequenas pela mão, mulheres acompanhadas com um trio de garotas de patins, alguém que passeia o cão, bandos de rapazes que se divertem, raparigas que escondem os cabelos ao mesmo tempo que baixam a cara à passagem dos homens-pálidos.
Enquanto atravessamos o pulsar da praça, de um lado vêem-se barraquinhas que exibem toneladas de laranjas reluzentes e que propõe sumos naturais. Outras vendem frutos secos: amendoins, avelãs, cajus. Mas também tâmaras e figos caramelizados e, claro, as mais diversas especiarias: cominhos, canela, açafrão…
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