“Confusa e humilhada pelo meu país.” Assim confessava sentir-se, no dia 27 de janeiro, uma jovem polaca grávida de 22 semanas, de um feto com ausência comprovada de órgãos vitais, que o levariam à morte pouco depois de nascer. Ana falava à equipa da BBC no terceiro hospital da capital polaca, onde conseguira pôr fim ao périplo por outros dois.
A súbita mudança de atitude dos profissionais da saúde foi motivada pela entrada em vigor de uma lei exarada pela justiça polaca, aprovada em 23 de outubro de 2020. O Governo “esperou até as emoções e protestos se tornarem menos multitudinários”, diz ao Expresso Mikolaj Czerwinski, da Amnistia Internacional polaca.