Num balanço divulgado esta sexta-feira, a ENSP-NOVA diz que dois meses após o início do confinamento se confirmavam desigualdades crescentes em saúde, com os mais desfavorecidos com maiores dificuldades em se protegerem.
“São as pessoas com baixos rendimentos e baixa escolaridade as que mais reportaram ter dificuldades em comprar máscaras, não ter tido consultas médicas quando necessitaram e é também esta a população mais afectada pela perda de rendimento”, segundo a análise do barómetro divulgada, que “mostrou claramente um agravamento das desigualdades, com uma em cada quatro pessoas que ganham menos de 650 euros a reportar perder totalmente o seu rendimento”.
Ao contrário, nas categorias de rendimentos superiores a 2500 euros, apenas 6% das pessoas perderam o rendimento, diz Sónia Dias, coordenadora do barómetro, citada no comunicado. Na altura do desconfinamento, segundo o documento, o que sobressaiu foi que as gerações em idade activa, até aos 45 anos, foram as que sofreram maior impacto, sendo o grupo etário mais afectado pela suspensão da actividade profissional, com a perda de rendimentos mais significativa e que mais tem de trabalhar no local de trabalho.
O número de pessoas que esperavam que a sua vida voltasse ao normal dentro de um a três meses “baixou consideravelmente” ao longo do tempo, passando de 60% para 20%.O número de pessoas que julgam que demorará mais de três meses, ou que não sabem quanto tempo demorará para que a vida volte ao normal, subiu cerca de 75%.
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