Na aventura que é ter filhos, uma das coisas que eu mais temia era a leitura de livros às crianças. Em primeiro lugar, odeio ler em voz alta . Em segundo lugar, temia pela qualidade dos livros. Achava que os livros para crianças eram demasiado infantis.
Este livro de María Hesse, um ensaio biográfico de Frida Kahlo, é um bom exemplo. É, foi e será um bom tema de conversa com a minha mais velha, que já adorava as pinturas de Frida, mas que ainda não sabia nada da vida agitada da mexicana. Não tinha idade para estas conversas sérias. Agora já tem. Por exemplo, através deste livro, ela fica a saber que no passado a vida de uma mulher podia ser um pesadelo no campo da saúde. O livro mostra bem o atraso que sempre existiu na medicina"feminina". E, tal como Paula Rêgo, Frida pintou a dor feminina, a dor do corpo feminino mutilado pela doença e isso, por vezes, parece que causa mais repulsa ou tabus no olhar da sociedade do que um quadro ou foto de um soldado morto ou estropiado pela guerra.
Numa sociedade viciada em violência e saturada de imagens de corpos mutilados e de mortos, as mulheres ainda têm de esconder o vermelho do sangue da menstruação. Ou melhor, não são as mulheres que escondem; são censuradas.
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