. Prefácio, em bielorrusso, mas uma metáfora fácil de entender em qualquer língua. É o início de uma nova história, pelo menos é nisso que acreditam as pessoas que estiveram reunidas esta manhã no Rossio, em Lisboa, em protesto contra a violência policial, as prisões em massa e a repressão na Bielorrússia. Nunca foram mais de 20, mas traziam as cores de uma revolução que agora alimentam à distância.
Segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, vivem 500 cidadãos bielorrussos em Portugal, uma informação que escapou totalmente a Katsiaryna Drozhzha, fundadora e presidente da associação Pradmova, até que os protestos começaram em casa e a comunidade quis agir no país de acolhimento.
Algumas das pessoas que se reuniram no Rossio, em Lisboa, para pedir à comunidade internacional mais atenção à opressão na BielorrússiaNo que toca àquilo que a comunidade internacional pode fazer, quase nada mudou desde o início dos protestos - é preciso fazer exatamente o mesmo que na altura em que tudo começou.
Lembra-se da primeira eleição de Lukashenko, do fim da União Soviética, de como as pessoas finalmente se tinham sentido donas das suas próprias vidas depois de anos de domínio russo. “Lembro-me muito bem do meu pai na casa de banho a ouvir rádios proibidas, toda a gente falava em sussurros, toda a gente tinha medo do vizinho delator e, com o passar dos anos, esse medo regressou”.