Desmilitarização, neutralidade e independência. São estas as três palavras que estão a moldar as negociações para um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia. Os especialistas ouvidos pela CNN Portugal reconhecem que são condições duras mas veem margem para cedências
Mas há margem para o Kremlin ceder quando já tem um caderno de encargos tão bem definido? Sim, há. “Estas condições são aceitáveis. São propositadas para permitir à Rússia fazer concessões. Estas posições não são linhas-vermelhas, como tendemos a encará-las. É antes uma posição declarada”, explica Tiago Ferreira Lopes.
“A condição que me parece mais dolorosa é a desmilitarização”, traça o general. Porque tal deixaria a Ucrânia à mercê de qualquer invasão, viesse ela de onde viesse. Na lista da dureza do general segue-se a neutralidade, que ainda assim tem “evitado outros problemas” em geografias como a Finlândia ou a Áustria.
Para os especialistas, uma das matérias onde haverá mais abertura de parte a parte é na autonomia ou independência das regiões separatistas de Donetsk e Lugansk. O general Garcia Leandro admite mesmo que seria a “condição menos dolorosa”. Mas fica o aviso de Ana Santos Pinto para uma outra crise que se colocará: a interna. “É uma posição que quer partir a Ucrânia aos bocados.