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Nuno Júdice Notícia

Poesia,Livros,Manuel De Freitas

A morte de Júdice no passado dia 17 de Março por agora só gerou o palavreado encomiástico próprio das brochuras mortuárias, mas seria importante recuar meio século e ter em conta como a sua estreia trouxe um ímpeto de renovação da poesia que pela última vez correspondeu a essa “primavera magnífica” que se espera da juventude.

Raquel WiseA morte de Júdice no passado dia 17 de Março por agora só gerou o palavreado encomiástico próprio das brochuras mortuárias, mas seria importante recuar meio século e ter em conta como a sua estreia trouxe um ímpeto de renovação da poesia que pela última vez correspondeu a essa “primavera magnífica” que se espera da juventude.

Não importa se as suas visões virão a cumprir-se ou não, o que é significativo é essa capacidade de escutar as pulsações de tudo o que é distante, levantar a delicadeza daquilo que não está consumado, que existe no domínio do imperfeito, às vezes do incompreensível.

Tantas vezes era nas propostas mais instáveis que se recolhia a vibração de um vigor realmente comprometido com a experiência deste tempo, da época. E Júdice reconhecia como “a continuidade da coisa viva não se sustenta da sua imutabilidade”.

Sem esses mitos menores da identidade, sem a profilaxia da sua pose, um poeta como Freitas vê dissolverem-se todos os seus pontos cardeais.

O balanço para o que há-de vir é feito tomando porções do tempo, desordenando-o. “Quem me procura? Quem resiste à ordem do tempo?”, interroga Júdice. O verso renova-se no ódio pelas noções que circulam segundo o gosto da multidão, lívida, sonâmbula. Júdice ia ao ponto de professar o seu ódio pelas palavras, “o nojo do poema, dos gestos/ habituais da frase”.

“A beleza concluída e a simetria calculada são próprias das eternidades estáveis e imutáveis”, diz-nos Lawrence. “Mas no verso branco procuramos a vibração insurgente e nua do momento instante. O que a maior parte dos versilibristas consegue é retalhar a forma bela do verso metrificado e servi-la aos pedaços, como substância nova chamada.

“A velha perspectiva arruinou-me os ouvidos”, escreveria ele uns anos depois… Mas em 1972, surgia um segundo título, “O Pavão Sonoro”, e esta breve plaquete abria com estes versos: “Comecei a ler-me com uma obscura sensação de desgosto./ Talvez, do outro lado do que eu tivesse escrito, o mundo também ele sofresse de ausência,/ separado assim do que o ligava e unia num mesmo corpo, ou objecto./ Nesta ordem de ideias, eu dispusera já todos os elementos da vida.

Poesia Livros Manuel De Freitas Joaquim Manuel Magalhães

 

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