É possível forçar o apócrifo génio a regressar à lâmpada contra a sua vontade? É o que alguns gigantes da tecnologia estão a tentar fazer, em tribunal, numa ação contra a empresa privada israelita NSO, criadora de um software de ciberespionagem capaz de tomar conta do smartphone de qualquer pessoa.
A pessoa atende, do outro lado ninguém responde ou faz de conta tratar-se de um telefonema por engano, e no processo está a descarregar o software malicioso. Quando o WhatsApp, propriedade do Facebook, reconheceu ter sido vítima deste spyware, em outubro de 2019, tendo então pelo menos 1400 personalidades sido visadas, entre os meses de abril e maio, avançou com um processo em tribunal tentando impedir na justiça a sua comercialização e exigindo que a NSO seja considerado corresponsável pela má utilização do seu software.
A tecnologia avança, sempre, muito mais depressa do que os legisladores e os juízes e os advogados sequer sonham.. Provavelmente, nesta altura, alguém que não é ligado àquela companhia já desenvolveu pequenas variantes do mesmo -- ou se ainda não o fez foi porque não foi preciso.