A atribuição gratuita de licenças de emissão de gases com efeito de estufa permitiu lucros especulativos de 50 mil milhões de euros à indústria de uso intensivo de energia na Europa, revela um relatório hoje divulgado.Segundo o documento, esse lucro refere-se ao período entre 2008 e 2019. Na mesma altura, a indústria portuguesa teve lucros suplementares no mercado de carbono de quase mil milhões de euros.
O CELE, como explica a Agência Europeia do Ambiente na sua página oficial, é um mecanismo de regulação das emissões de gases com efeito de estufa em atividades que são responsáveis por cerca de 45% das emissões de GEE na União Europeia . A investigação foi feita em 18 países da União Europeia , um deles Portugal, e indicou que a maioria dos lucros aconteceu na Alemanha, seguindo-se a Itália, a França e depois a Espanha. E as indústrias que mais lucraram foram as do ferro e aço, refinarias, cimento e petroquímica.
Compraram compensações internacionais mais baratas para abater nas suas emissões e venderam licenças que lhes foram atribuídas gratuitamente com lucro no mercado. No setor do aço o mecanismo rendeu 850 milhões de euros e nas refinarias 630 milhões. A maior parte desse dinheiro, 731 milhões de euros, foi obtido passando os custos implícitos para o consumidor . A segunda maior fatia de lucros, 188 milhões de euros, foi obtido através da venda das licenças que receberam gratuitamente.
É essa a real função do mercado de carbono.... Pois de outro modo essas empresas teriam que procurar soluções melhores ambientalmente...