"Foram escritas há tantos anos. Depois esgotou, mas ninguém fez nada, e de repente, de súbito, de cinco em cinco minutos falam das 'Novas Cartas', a pessoa fica perplexa", considera uma das autoras da obra.
Maria Teresa Horta, uma das "Três Marias", autoras das "Novas Cartas Portuguesas", disse estar "perplexa" com o interesse que o livro parece suscitar agora, 50 anos após a primeira publicação, já que a obra, diz, foi sempre desconsiderada em território nacional e muito mais valorizada em universidades internacionais.
A escritora, e uma das principais caras da luta feminista contemporânea, afirmou à Agência Lusa que "ninguém ligou nenhuma às 'Novas Cartas Portuguesas' em Portugal", e que,"agora, de repente, enlouquece tudo". Assim, Teresa Horta considera que Portugal continua muito atrasado em relação à atualidade do livro. "Foram escritas há tantos anos. Depois esgotou, mas ninguém fez nada, e de repente, de súbito, de cinco em cinco minutos falam das 'Novas Cartas', a pessoa fica perplexa".
"Novas Cartas Portuguesas", escrita por Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, fez com que as três escritoras fossem a tribunal. Recorde-se que a primeira edição foi recolhida e destruída pela censura, três dias após ter sido lançada no mercado, por ter sido considerada de "conteúdo insanavelmente pornográfico e atentatório da moral pública".
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