Foi perante um extenso mar de gente que o cantor norte-americano Gregory Porter se apresentou no passado domingo, 3 de julho, no último dia do Love Supreme Festival que teve lugar em Glynde, nas imediações de Brighton, em Inglaterra.
O público que acorreu em massa ao Love Supreme é curioso quando se pensa nesta cultura de festivais de uma perspetiva portuguesa: famílias inteiras — com carrinhos disponibilizados pela organização para facilitar o transporte das crianças — dispostas em modo piquenique no parque; várias gerações em amena convivência ; acessibilidades pensadas para quem tem mobilidade reduzida, tornando a experiência do festival verdadeiramente inclusiva; e...
Foi ainda a tempo de se despedir dos últimos raios de sol do dia que Gregory Porter subiu ao palco, depois de lendas de diferentes períodos históricos do R&B — as Sisters Sledge de 'We Are Family' e as TLC de 'Waterfalls' — terem levado a multidão ao rubro.
Mesmo à distância imposta pela escala da multidão, e apesar do vento não facilitar a fruição do som, a voz de Porter consegue brilhar, sendo tão capaz de seduzir quanto de alertar, com as canções que se fazem de dor e esperança, de amor e de alguma amargura a permitirem que exiba diferentes nuances texturais que se acomodam nos arranjos como uma boa luva numa mão.
No próximo sábado, dia 9, os fãs portugueses voltam a ter a oportunidade de aplaudir a alma gigante de um cantor que tem mesmo o coração na boca. Gregory Porter subirá ao palco do festival Jardins do Marquês logo depois de José Cid apresentar o seu Acid Jazz Project.
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