Numa conversa a propósito do 10 de Junho e de uma nova antologia de Camões, Frederico Lourenço e Francisco José Viegas falaram sobre a vida do poeta, a forma como Os Lusíadas foram lidos ao longo dos séculos e a outra obra mítica da literatura portuguesa.A ideia de uma antologia de Camões nasceu numa manhã em Braga, a alguns passos da velha sé. Mas a parceria vem de trás – e tem produzido abundantes frutos.
FJV: Estaríamos sempre certos! Mas isso lembra-me uma coisa. O Bill Bryson, que escreve uns livros de 1000 páginas, 700 páginas, quando escreve uma biografia de Shakespeare, são 180 páginas. A grande surpresa dessa biografia foi ser o livro mais pequeno que ele tinha escrito. E perguntaram-lhe: ‘Porquê tão pequeno?’. E ele disse: ‘É que só tenho três documentos. A cama que Shakespeare incluiu no testamento e outros dois’.
FJS: Isso é muito engraçado porque a tua Antologia, no fim, indica uma série de fontes. De onde é que Camões poderia ter trazido este verso? De onde é que ele poderia ter trazido esta imagem? Vamos às fontes de Camões para ver de que forma é que esse rapaz talentoso, inteligente, que teve uma educação esmerada, transportou os clássicos para a sua poesia.
FJV: Vamos centrar-nos agora na Antologia, que inclui a Lírica e Os Lusíadas. Como chegaste à escolha destes fragmentos d’Os Lusíadas e depois a esta seleção da Lírica? Podíamos começar por regressar a um certo dia em Braga, onde falámos pela primeira vez.FJV: Podemos dizer que também tínhamos comido uns bolinhos maravilhosos…
FJV: Como leitores de Camões – pelo menos isso aconteceu comigo – temos oscilações de alma. Há uma idade em que lemos Os Lusíadas. Depois apaixonamo-nos pelos sonetos, apaixonamo-nos pela Lírica. Depois, de repente, temos um clarão e voltamos a Os Lusíadas.
FJV: O que nos leva a pensar se o Vasco da Gama seria um personagem tão maravilhoso como Ulisses ou Eneias… FJV: Já merecíamos! Gostava agora de entrar nas Rimas, na Lírica. Durante algum tempo não se sabia bem o que era de Camões ou não era, e a certa altura houve uma autêntica loucura: se é bom, é de Camões. Como se chegou finalmente à fixação desse corpus?
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