A atriz Eunice Muñoz, que morreu hoje, em Lisboa, aos 93 anos, nunca não se imaginou fora do teatro, apesar de sempre se ter considerado “uma mulher como as outras, mãe de seis filhos, com netos e bisnetos".“Sou uma pessoa como outra qualquer”, e gostava de ser lembrada assim, como uma “mulher simples”, embora não pudesse"deixar de ser atriz", disse à agência Lusa, no passado mês de setembro.
De uma vida inteira no teatro, o seu"grande amor", a única queixa de Eunice Muñoz prendia-se com a ditadura do Estado Novo e as peças que gostava de ter feito e que lhe"foram roubadas" pela censura. Nascida a 30 de julho de 1928, na Amareleja, Moura, no distrito de Beja, numa rua que tem o seu nome, Eunice Muñoz descende de uma família de três gerações de atores, dos espanhóis Muñoz, no teatro, e dos sicilianos Cardinalli, no circo.
Tinha 13 anos e viria a entrar pouco depois para a histórica companhia, ainda adolescente, onde teve como mestra Amélia Rey Colaço. “Senhora D. Amélia Rey Colaço”, como dizia. Apesar de confessar que, no começo, nem sempre representou as peças de que gostaria – porque era muito nova e “não tinha poder para dizer que sim ou que não” -, admitiu que a vida profissional sempre “lhe correu bem”.
“Os vizinhos do rés-do-chão” , de Alejandro Perla,"A morgadinha dos canaviais" , de Caetano Bonucci e Amadeu Ferrari, “O trigo e o joio” , de Manuel Guimarães, “Manhã submersa” , de Lauro António, “Lisboa cultural“ , de Manoel de Oliveira, “Repórter X” , “Matar saudades” , de Fernando Lopes, e “Tempos difíceis” , de João Botelho, constam da carreira no cinema. O último filme em que entrou, “Olga Drummond”, de Diogo Infante, data de 2019.
Regressou aos palcos em 1955, para ser “Joana d'Arc”, de Jean Anouilh, no Teatro Avenida, em Lisboa, a convite de Vasco Morgado. Com Avilez foi “Fedra”, de Jean Racine . Em Cascais, trabalhou também com o encenador argentino Victor Garcia, com quem fez"As Criadas” , de Jean Genet. Em 1970, estreou-se na encenação, na Companhia Somos Dois, que criara, com “A Voz Humana”, de Jean Cocteau, uma das peças que levou em digressão por Angola e Moçambique, num repertório que se estendeu a"Dois num baloiço", de William Gibson, e"Os dactilógrafos", de Murray Schisgal, com José de Castro.
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