Filipa Martins, advogada de 38 anos nascida e criada em Nevogilde, carrega nos ombros o peso de um dilema que a consome diariamente. Tem perfeita consciência do privilégio que é estar inserida numa família de classe social média alta de educação judaico-cristã, o que lhe garantiu um acesso privilegiado a oportunidades em várias frentes.
A Filipa não é uma pessoa de carne e osso. Ganhou vida na primeira sessão do grupo de trabalho do Participo! – Participação Cívica e Política das Mulheres, mas .
A maternidade é, aliás, dotada de potencial tentacular enquanto constrangimento na emancipação política e cívica das mulheres. “Muitas vezes a mulher sente-se na obrigação de ser mãe para cumprir o seu papel enquanto mulher”, problematiza Tiago Rolino, investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.