O diretor do Instituto de Higiene e Medicina Tropical , Filomeno Fortes, alertou esta quinta.feira para o"grande risco" de aumento de mortes por doenças não covid-19 em África potenciado pela concentração de esforços no combate à pandemia.
"Preocupa-nos que os doentes deixem de ter seguimento, diagnóstico e tratamento. O risco de a mortalidade aumentar por causa dessa situação é grande", disse. "Então, vamos criando aqui uma população suscetível a doenças como a poliomielite, o sarampo ou a febre-amarela. É um risco a médio prazo", disse.
"Em relação aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa a situação é ainda menos gravosa", disse, manifestado"preocupação" com a Guiné-Bissau, que já ultrapassou os mil casos casos de covid-19, incluindo seis mortes, e com São Tomé e Príncipe, que tem 258 casos e regista 11 óbitos. "Continuamos sem ter a certeza se as nossas capacidades de diagnóstico e de vigilância epidemiológica estão a dar conta da informação estatística real no terreno. Podemos colocar a possibilidade de haver alguma desinformação devido à indisponibilidade dos testes de diagnóstico e até da fragilidade dos próprios sistemas de saúde", admitiu Filomeno Fortes.
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