O rescaldo do pacote Habitação atira-nos então para uma zona cinzenta: talvez ninguém fique satisfeito a curto prazo. É que, ao contrário da inflação, do défice, e até das consequências económicas de uma pandemia - onde se consegue mover a oferta e a procura a partir da massa monetária -, no caso das casas, nada é imediato. São imóveis e pouco flexíveis.
Além disso, há uma ferida ainda por sarar totalmente na vida dos portugueses vivos em 2023: a bancarrota e a troika. Em 2010, o sector da construção e obras públicas em Portugal valia 18% do PIB. Caiu para 6%. A banca cortou o crédito, empresas faliram, o desemprego aumentou.
Quanto à situação financeira de 40% das famílias portuguesas que têm crédito à habitação, a verdade é que os apoios à subida dos juros são provavelmente demasiado tímidos e talvez precisem mais do que o teto de 720 euros.
Se este mecanismo do arrendamento funcionar, talvez não seja preciso insistir na bomba"2030" quanto à revisão de licenças no alojamento local. O pânico sobre arbitrariedades nos critérios - ou mesmo corrupção -, não me deixaria dormir descansado até lá se tivesse um investimento nestes imóveis. Achar que isto não pode acontecer, é não se conhecer o país.
Por isso o capital de queixa, sobretudo deste setor empreendedor, continuará a demolir António Costa. Por sua vez, ele sabe que o sucesso do PS nos próximos quatro anos se joga muito nestas medidas da habitação. Endireitar algo tão complexo como o mercado imobiliário seria um grande trunfo político.
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