Se o anterior Governo, ancorado na ‘geringonça’, logrou aprovar sucessivos orçamentos de Estado, o atual, enquanto mantiver os comunistas ‘à trela’, deixa Belém de ‘mãos atadas’...
Neste ‘jogo de enganos’ tudo é possível, até ver-se o PS favorecido nas sondagens. Se o anterior Governo, ancorado na ‘geringonça’, logrou aprovar sucessivos orçamentos de Estado, com o beneplácito do PCP e do Bloco - apesar da farsa encenada pelas Finanças, com as cativações – o atual, enquanto mantiver os comunistas ‘à trela’, deixa Belém de ‘mãos atadas’.
Outro caso é Espanha, onde se vive uma crise política complexa, a juntar aos efeitos arrasadores da pandemia, com um governo instável, minado por tensões separatistas e pelos desafios da extrema-esquerda à Coroa. O líder do Podemos – ‘irmão gémeo’ do Bloco de Esquerda –, deslocou-se, inclusive, a Lisboa, em 2016, para apoiar Marisa como candidata à presidência, onde confessou o seu encantamento por «algo de mágico» da candidata...
À direita, porque no PSD, Rui Rio quer preparar em sossego as autárquicas, importantes para sua vocação regionalista, que nunca o largou – e não menos para a sua sobrevivência política -, enquanto no CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, depois de resistir ao ‘golpe de mão’ interno, também espera aproveitar as próximas eleições para enfraquecer os opositores no desconjuntado CDS.
Depois, à esquerda, uma crise política é o que menos convém tanto ao PCP como ao Bloco, o primeiro em acelerada perda de eleitorado, visível nos péssimos resultados em bastiões onde dantes reinava; e o Bloco, que está a fraquejar nas intenções de voto – como ficou demonstrado na desastrosa candidatura de Marisa nas presidenciais.