Dividida em dois volumes veio a lume pela primeira vez em 1931, embora segundo a autora à época, a um preço elevado para o público a que se destinava: os proletários.
Mas quando lá chega confirma com os seus próprios olhos que a Terra Prometida não era o sonho de pátria que idealiza, mas sim o lugar onde é levada a tomar junto de Alexander Berkman, o seu Sasha, as dores dos anarquistas de Chicago que lutavam pelas oito horas laborais.
Sabemos que pagou a peso de ouro o vermelho anárquico da bandeira que envergou, e que nunca baixou a cabeça ao longo do seu percurso tão alcantilado e doloroso, porém, recuemos agora até à sua chegada à América. Percebemos também o quanto isso lhe custou por diversas vezes a quebra do seu ânimo. Mas de uma coisa podemos estar certos, as suas dúvidas nunca custearam o ofício talhado e rigoroso da sua escrita. E também nós, ao lermos a sua vida, muitas vezes não saberemos distinguir a atração que sentimos pela mulher e pela revolucionária, porque as duas se fundem em grande parte a todo o momento.
Podemos ler nos seus agradecimentos uma nota que merece especial atenção. É que estas memórias foram escritas de cabeça, isto é, sem moletas factuais e históricas a ampará-la.
Mesmo que muitos desses versos e muitos desses poetas, nomes de camaradas seus e outros artistas sejam desconhecidos pela maioria dos portugueses, eles emanam algo de eletrizante e misterioso ao mesmo tempo.
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