Onde os dias são mais longos do que os anos, onde as temperaturas infernais são provocadas por camadas de nuvens extremamente densas, onde a pressão atmosférica é 92 vezes superior ao do nosso planeta: é lá, no gémeo da Terra, capaz de desafiar a resiliência de qualquer forma de vida, que uma equipa de astrónomos europeus e norte-americanos detetou a presença de um gás possivelmente gerado pela existência de micróbios.
O grupo de investigadores assevera ter encontrado possíveis indícios de vida no vizinho mais próximo da Terra, pouco explorado pela astronomia, onde há muito se tinha perdido qualquer esperança de encontrar sinais de que não estamos sozinhos na Sistema Solar. Os resultados, ainda preliminares, carecem de confirmação por parte da comunidade científica, mas revelam a existência de um gás nas nuvens de de Vénus capaz de ser explicada pela existência de vida microbiológica.
Se por um lado a superfície venusiana evapora qualquer possibilidade de encontrar vida - um ser humano sobreviveria apenas alguns segundos caso pisasse o solo, esquentado a mais de 400 graus celsius, suficiente para derreter até chumbo; por outro lado, o céu de Vénus pode muito bem ser um improvável paraíso para a vida.
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