Antes de ele ser propriamente uma história já a gentes ovais historiavam sobre o lugar peculiar que o germinou. Em Southbridge, vila pacata a coisa de uma hora de Christchurch, cidade grande da ilha sul da Nova Zelândia, o pai montara dois postes no quintal de casa e desce cedo o motivara a dar força às canetas para tentar fazer a bola passar entre eles.
Em Wellington, quando os British and Irish Lions tiveram o segundo jogo da digressão contra a Nova Zelândia, um miúdo sem barba ou rugas atropelou-os e rebocou toda uma seleção já de si temível. Nesse dia, Daniel Carter marcou dois ensaios, quatro conversões e cinco penalidades, acabando com 33 dos 48 pontos que esmagaram os britânicos.
Nos quatro anos seguintes, com os Crusaders, outras mazelas atrasaram-lhe o ressurgimento, fizeram-no passar por momentos depressivos e colocaram um país a duvidar se deveria ser convocado para o Campeonato do Mundo de 2015.Foi, e por fim tocou na glória adiada. Com 32 anos, orquestrou todo o jogo ofensivo da Nova Zelândia até à final, onde fechou a carreira internacional da forma mais apropriada - com os pés.