A cidade chinesa de Wuhan foi o epicentro da pandemia provocada pelo novo coronavírus, quando em dezembro 2019 foram reportados os primeiros casos de uma pneumonia desconhecida. Aqueles doentes eram, na verdade, os primeiros infetados pelo SARS-CoV-2.
Do gigante asiático viajou para a Europa uma só linhagem do vírus, onde acabou por ter uma disseminação maçiça e uma consequente propagação mundial durante o mês de março. “Essa linhagem é responsável pela grande maioria dos casos detetados globalmente e espalhou-se inclusive para a origem no Leste Asiático”, pode ler-se no recente artigo, efetuado por investigadores das universidades do Minho e de Huddersfield.
O estudo, publicado na revista científica “Microorganisms” e que analisou 27 mil genomas do vírus em todo o mundo, conclui que a cavalgada da covid-19 pelo globo está associada à “contenção tardia de rotinas e viagens”. “Parece provável que as proibições globais de viagens na segunda quinzena de março ajudaram a diminuir o número de intercâmbios intercontinentais, especialmente da China, mas foram menos eficazes entre a Europa e a América do Norte até abril, muito depois das proibições impostas”, explicam os investigadores Pedro Soares, do Centro de Biologia Molecular e Ambiental, Teresa Rito e Margarida Correia-Neves, ambas do Instituto de...
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