Foi registado um segundo caso de covid-19 em Daravi, um bairro de lata gigante em Bombaim, a capital financeira da Índia. Depois de quarta-feira ter sido confirmada a morte de um homem de 56 anos com a doença, a notícia desta quinta-feira aumenta os receios de que o vírus possa vir a causar devastação em grande escala em áreas urbanas como essa.
Com 700 mil habitantes numa área de pouco mais de dois quilómetros quadrados, Daravi é um dos maiores bairros de lata do mundo. A densidade da população é tal que muitas ruas lá não merecem sequer esse nome, sendo meras passagens estreitas. O prédio onde vivia a vítima mortal tem 300 apartamentos, ocupados por outras tantas famílias. Sete familiares do homem foram colocados em isolamento e o prédio foi selado.
O Governo indiano estipulou aos seus 1,3 milhões de cidadãos que fiquem recolhidos em casa durante três semanas, a fim de evitar que o SARS-Cov2 se espalhe como um fogo descontrolado, como disse o primeiro-ministro Narendra Modi ao anunciar a decisão. Embora os números oficiais sejam relativamente baixos considerando a dimensão do país - 2.032 infeções e 58 mortos -, o alto risco de contágio em áreas densamente povoadas justifica as medidas, que têm sido criticadas por falta de preparação.
O êxodo maciço de pessoas que tentam desesperadamente voltar às suas terras de origem está a gerar situações desesperadas. E há ainda o risco de que essas pessoas transportem consigo o vírus e deem origem a novos surtos.
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