A ilha ibérica de energia, conceito que os líderes de Portugal e Espanha venderam na cimeira dos chefes de Estado da União Europeia, poderá implicar a separação do mercado europeu integrado de eletricidade. A proposta de impor um teto ao preço de gás que as centrais de ciclo combinado podem cobrar pela energia elétrica que produzem só funciona se o mercado ibérico ficar protegido do contágios dos preços que vêm de França.
Na hora em que o casamento entre preços europeus foi mínimo a ibéria pagou menos pela eletricidade do que a França No entanto, a proposta técnica que está a ser debatida com os serviços técnicos da Comissão Europeia ainda não convenceu Bruxelas e uma das reservas tem precisamente que ver com a separação de preços entre os mercados de eletricidade que vai contra o objetivo de integração dos mercados elétricos, no limite, de acordo com o El Pais, pode romper com o mercado interno de energia.
As centrais a gás teriam de ser compensadas por estarem a vender energia abaixo do preço custo — tem sido a escalada do gás natural a principal causa para os máximos atingidos no mercado de eletricidade. E no respeito pelas orientações já dadas pela Comissão Europeia, os dois países pretendem evitar a criação de um défice tarifário que resultaria de adiar o pagamento do sobrecusto que fica por cobrir para os anos seguintes.
"Se vamos limitar os ganhos na eletricidade, não devíamos fazer o mesmo no petróleo e nos combustíveis?"Para o presidente da APREN , o que Portugal e Espanha querem fazer ao mercado elétrico corresponde já a uma limitação dos ganhos das elétricas de fonte renovável.
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