A partir do testemunho de José Cardoso Pires das semanas e meses que se seguiram ao 25 de Abril, recuperamos a imagem de cidades construídas em torno da censura e dos seus tantos obstáculos e proibições, cidades em cujos muros subitamente floresciam sinais de um diálogo livre e aberto.
Há cidades onde todo o tempo é desbaratado, cidades que ignoram inteiramente a agilidade da poesia, o fulgor vivificante das analogias. Cidades que apenas propagam o desânimo. Cidades cheias de estátuas atravancando a vida, e nestas nem as fontes cantam. Cada praça trabalha para reproduzir o dia anterior, até às manchas, articulando a ausência segundo os mesmos vícios.
«Descobrimos essas coisas frente a frente e no em cima da hora, nós que por vezes tínhamos do povo uma ideia só histórica e mais ou menos iluminada de entusiasmos ou de ceticismos pequeno-burgueses. Mas agora estamos a aprender o país»Um dos momentos mais espantosos dessa liberdade, e algo que inteiramente se perdeu foi a liberdade e ousadia de se servir dos muros, de ouvir deles um grito.
«Em menos de nada romperam os cartazes do sonho consumidor, essa praga dirigida, cobrindo-os com mensagens do tempo essencial, com jornais de parede, comentários, caricaturas.
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