Mas o que aconteceu ao certo na “tomada da bastilha” de Coimbra? Um grupo de estudantes – recrutados segundo os procedimentos das sociedades secretas – decide ocupar o Palácio onde estava instalado o “clube dos lentes”. Às seis da manhã rebentam morteiros e tocam os sinos da Torre da universidade. A “Alta” enche-se de gente. Está tomada a bastilha.
Talvez o facto de nesse dia estar em curso a queda de mais Governo da República e de os deputados praticamente terem andado à pancada no Parlamento tenha amenizado a reacção perante a desordem coimbrã. Um jornal local estranha que “a autoridade local, e tão numerosa que ela é, consentisse nessas manifestações de desrespeito a uma cidade que se preza civilizada”.
A verdade é que o Reitor, depois da Associação Académica declarar não ter responsabilidade no ocorrido, acabou por escrever ao ministro da Instrução considerado ser “impossível apurar quais os dirigentes dos acontecimentos, que devem ser atribuídos à irreflexão da mocidade e, deste modo, olhados com benevolência”.
Ricardo Roque, presidente da Associação Académica em 1984/85 recorda o combate à portaria do Bloco Central que pretendia aumentar o preço das refeições na cantina de 55 para 100 escudos. “A AAC realizou duas assembleias magnas, com cerca de 3000 estudantes, onde, em unidade sem precedentes, estabelecemos formas de luta, da greve ao luto académico”.
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