Milhares de professores continuam a ser colocados a centenas de quilómetros de casa e muito não têm como pagar a renda. À SIC Notícias, dois docentes há quase 30 anos admitem que não se arrependem da escolha, mas são cada vez mais as dificuldades.
Pedro e Antónia são do Porto, casados e cerca de 130 quilómetros separam as escolas onde ficaram colocados este ano letivo. O casal continua desesperadamente à procura de casa, mas com os ordenados a rondar os 1.100 euros sabem que será um processo difícil e por isso concorrem a todos os apoios disponíveis.
“[Fazemos] uma ginástica financeira muito grande e, claro, abdicar de muitas coisas que poderiam ser enriquecedoras para esta profissão: cinema, livros, atividades culturais e tantas outras que foram subtraídas”, explica Pedro Brito. Para minimizar os custos decidiram arrendar casa para os dois em Lisboa, sendo que a Antónia terá de se levantar de madrugada para chegar a Évora antes das 9h00, passará, em média, cerca de seis horas em viagens.
Muitos profissionais desistem da profissão porque não conseguem suportar os custos. Por enquanto não é o caso deste casal que diz continuar com forças e motivação para trabalhar no ensino público.
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