Governador do Banco de Portugal disse ao “Expresso” que a incompatibilidade de uma passagem direta do Ministério das Finanças para o banco central é “uma questão eminentemente política”. E deixou elogios a Pedro Siza Vieira na forma como tem reagido à crise provocada pela Covid-19.
“O ideal é olhar para o perfil do governador que se pretende e depois olhar numa perspetiva de 360 graus para as possibilidades de recrutamento ou de convite que existem e, em função disso, ponderar os perfis que estão em causa”, acrescentou Carlos Costa, que admite manter-se no cargo depois do final do mandato, a 9 de julho, se isso for necessário, permitindo que Mário Centeno terminasse o mandato enquanto presidente do Eurogrupo.
Carlos Costa negou ter ficado com uma má relação com Centeno depois de este não ter sido escolhido para o cargo de diretor do departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal, garantindo que “não houve qualquer corte de relações ou memorização da capacidade cientifica e técnica” do atual ministro das Finanças. Mas também admitiu que não tem falado com ele no decorrer da crise provocada pela Covid-19.
O governador do Banco de Portugal reservou ainda elogios ao ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, apontando-o como “a pessoa que tem sido mais clara a nível do projeto” na resposta à crise económica.
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