O Banco de Portugal projeta que o PIB cresça 6,3% este ano, de acordo com o Boletim Económico revelado esta quarta-feira, revendo assim em alta a previsão feita em março que apontava para 4,9%.de 2021, ou seja, dado o impacto este ano do crescimento registado no ano anterior, mas também pelo forte avanço do PIB no primeiro trimestre. Segundo a estimativa do BdP, o primeiro efeito contabiliza 3,7 pontos percentuais do crescimento no final do ano.
Já a inflação é vista como subindo para 5,9%, uma revisão em alta em relação aos 4% projetados anteriormente. Ainda assim, Mário Centeno referiu em conferência de imprensa que, considerando já “o valor de maio e atualizando as hipóteses externas […], estaríamos em condições de rever cinco décimas este valor para a inflação”, levando a projeção para 6,4%.
Centeno destacou o peso da recuperação económica pós-pandemia na evolução de preços, mas também outros fatores como a procura interna nos EUA que, após políticas expressivas de apoio orçamental, se expandiu e colocou pressão no resto da economia mundial.
Ainda assim, o BdP prevê que a pressão nos preços abrande em 2023, esperando que o indicador recue para 2,7% naquele ano e para 2,0% em 2024, o valor-alvo definido pelo Banco Central Europeu para o médio-prazo. Centeno argumentou que a “componente energética vai perder peso na dinâmica da inflação” e, “atendendo a que não há sinais de desancoragem no médio-prazo das expectativas face ao objetivo de medio prazo do BCE, esta trajetória continua a ser a mais provável”.