Uma semana após a renúncia do Presidente Evo Morales, e no meio da convulsão social no país, os bolivianos enfrentam agora a falta de carne, ovos, laticínios e pão. Também faltam gás de cozinha e combustíveis para os transportes. As pessoas peregrinam de supermercado em supermercado em busca de alimentos básicos e pelas ruas de La Paz, a quantidade de carros em circulação é cada vez menor.
Evo Morales renunciou há uma semana, denunciando um suposto golpe de Estado, mas os fieis militantes permaneceram com os bloqueios até agora como forma de sufocar a população e de provocar a desestabilização do novo governo de transição da presidente Jeanine Áñez. No mercado popular Rodríguez, onde as lojas foram abrigadas a permanecer fechadas durante a semana por ameaças dos seguidores de Evo Morales, o panorama é desolador. A falta de alimentos combina-se com um disparar dos preços, como constatou a Lusa no local.
Pelas ruas de La Paz, veem-se cada vez menos carros a circular. Os poucos taxistas duplicaram as tarifas. Postos de gasolina permanecem fechados sem combustíveis. Desde quinta-feira, os apoiantes de Evo Morales bloqueiam a refinaria de Senkata, a 50 Km de La Paz, de onde saiam 100 camiões diários com gasolina e diesel, além de 400 camiões diários de gás.
É a vida. Quiseram brincar com a maioria indígena e tratá-los como povo de segunda ao bom velho estilo colonialista e com o recurso ao fundamentalismo teocratico, agora vão pagar caro a ira dos povos nativos americanos.
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