Angola: riscos de uma sociedade civil circular

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Em Angola, a denúncia dos abusos do Estado deixou de ser uma estratégia para conquistar a democracia. Uma sociedade civil anestesiada, em modo circular, tem contribuído para a manutenção da ditadura.

Depois de séculos de subalternidade e opressão, os africanos compreenderam que não bastaria denunciar ataques pontuais do colonizador. A pulsão assassina que caracteriza a ocupação colonial massacrou, pilhou, escravizou, traficou mulheres e homens, desnudou culturalmente e foi para lá do inominável.

As ditaduras não se auto-reformam. Somente variáveis externas a ela podem gerar desequilíbrio na relação de poder e forçar a transformação da cultura política. Perante esta situação, o grupo hegemónico notará o risco de perda total do património material e financeiro.

Mesmo que de forma inconsciente, a sociedade civil circular contribui para o atraso da sociedade porque é incapaz de propor novas utopias. Novos caminhos de libertação. A sua postura de actuação análoga a uma roda, gera dessensibilização e indiferença.

Em termos sumários, as poucas fontes de financiamento das quais a sociedade civil angolana depende não permitem que se faça aquilo que realmente importa, aquilo que é necessário e essencial para o país. Interessa-lhes este quadro porque, mantendo a ditadura e o povo violentado por todas as privações, viabiliza a continuidade da pilhagem dos recursos.

O engajamento cívico oposto ao “activismo patológico” não é compatível com o auto-recolhimento, o silêncio criativo e a imobilidade criadora, com o planeamento estratégico fundado na razão, na experiência histórica e na ciência. Esclarecimento: não estou a defender títulos académicos para levar a cabo engajamento cívico de qualidade.

A arte de combate anticolonial não só denunciou, não só descreveu a realidade horrorosa, mas afirmou com clareza que somente o fim da colonização poria termo à escravatura, à segregação racial, à negação das culturas e civilizações africanas.

 

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