Já aconteceu ao leitor contrariar uma autoridade, por exemplo, o agente da GNR que, a duzentos metros de distância, não teve dúvidas de que o seu carro pisou o traço contínuo? Se foi o caso, qual foi ‘a verdade’ que prevaleceu?
No ‘antes’, por se ter revelado um ‘polícia’ descuidado; no ‘durante’, pela incompetência com que abordou os problemas que eclodiram a partir de 2007; no ‘depois’, por ter recorrido à mentira para justificar as omissões e os abusos. Já aqui se escreveu que nem sempre foi assim. Em tempos anteriores à supervisão formal, com suporte na enxurrada de normas e regulamentos para reforçar os poderes dos supervisores, a auctoritas do governador era o bastante para garantir a ordem na caserna.
A esta ‘caridade’, responderei: foram, na verdade, tempos terríveis, mas justamente por isso mais se exigiam as cautelas de um bonus pater famíliae. Infelizmente, o que tivemos foi a reedição da fábula do feitor desleixado, que deita fogo à seara para ocultar a incúria que facilitou o crescimento da erva daninha.
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