Após mais de ano e meio de pandemia, estamos a assistir ao fim da era dos cidadãos e ao zénite do tempo da ciência: a era dos especialistas. Só que, a necessidade de tomar decisões assentes num grande grau de incerteza, incluindo o processo de vacinação em curso, recorrendo constantemente aos especialistas, tornou evidente o risco de politização da ciência.
Apenas nos regimes totalitários existe uma ciência oficial, unívoca, consensual. Curiosamente, também apenas nesses regimes a política se diz científica. Nas democracias liberais, pelo contrário, entre a política e a ciência existe sempre uma salutar separação, um distanciamento crítico, por forma a que nenhum dos lados abdique da sua identidade, quer metodológica quer prática.
É a discussão plural, livre, com base em regras comuns, assente numa razão pública, que fornece a qualquer sociedade a indispensável legitimação e correspondente coesão. Estas só se revelam autênticas e eficazes, se existir liberdade para escolher entre as diversas alternativas disponíveis, devidamente informadas e fundamentadas, aí sim, também em argumentos de base científica.
Se os especialistas forem advogados é melhor esquecer.
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