É mais um sinal de tensão entre o primeiro-ministro e o ministro das Infraestruturas. E o momento é raro em política: um ministro assumir que não queria a solução do seu chefe de Executivo. Pedro Nuno Santos desejava que o plano de restruturação da TAP fosse a votos no Parlamento. Chegou a admitir a deputados que a ideia estava em ponderação no Governo.
O contacto foi de Pedro Nuno Santos a um deputado da coordenação da área da economia. O objetivo era o de testar as águas. Nesta equação, a chamada não foi para Rui Rio, o líder do partido, ou para o líder parlamentar, Adão Silva. A ponderação admitida pelo governante num contacto informal não passou de quarta-feira.
Menos de 24 horas depois, era o próprio primeiro-ministro a confirmar esta tese a partir de Bruxelas.
Ontem, o ministro não deixou de assumir a derrota, mas fê-lo, como é seu hábito, numa lógica de que faz parte das regras democráticas. «Em qualquer organização, conselho editorial, em qualquer família, em qualquer empresa, Governo, as pessoas não pensam todas da mesma maneira», declarou aos jornalistas na apresentação do plano de restruturação da TAP .