A conversa não gira somente sobre as farpas entre marido e mulher, mas inclui reflexões a respeito da recepção do público ao filme de Malcolm. Ele reclama do comentário feito por uma crítica de cinema: “você é um novo Spike Lee, um novo John Singleton”.
A comparação da jornalista com dois grandes diretores negros é encarada por ele como racista. Por que Malcolm não pode ser um “novo William Wyler”, como ele gostaria, um “novo Martin Scorsese”ou um “novo Stanley Kubrick”? Tudo fica mais interessante – e polêmico, vide as opiniões nas redes sociais – quando lembramos que o roteirista e diretor Sam Levinson é branco.
Os problemas pessoais de Williams – a depressão, o alcoolismo e o homossexualismo, condenado à época – o inspiraram a colocar no “ringue” entre quatro paredes homens abalados pelo pós-guerra e mulheres que começavam a descobrir como enfrentá-los. Hoje a discussão pode ter causas diferentes, mas “Malcolm & Marie” prova que continuam a gerar boas obras de arte – desde que passem bem longe da vida da gente, claro.